Meio do Céu ou 10ª Casa do Zodíaco

Neste post iremos falar sobre a Décima Casa, ou como é conhecida, o Meio do Céu. Mas já escrevemos também sobre as casas anteriores, dá uma pesquisada que você acha. 

Recapitulando:

Fazendo as contas, você já deve saber qual é o signo da sua Décima Casa. Provavelmente ele é o 10º signo a contar a partir do signo do seu ascendente (por exemplo: se você tem Gêmeos no AC, talvez você tenha Peixes na 10ª casa). Mas e daí? você me pergunta. O que isso significa? Além do básico que todos já sabem - carreira e imagem social - como essa casa pode se conectar com o simbolismo do signo de Capricórnio? Então senta, que a gente vai te explicar um pouco mais profundamente sobre tudo isso e um pouco mais. Vem com a gente!

Décima Casa do Zodíaco ou Meio do Céu

Eis que chegamos ao ponto mais elevado do mapa astral. Tudo aquilo que a casa 9 desejou, a casa 10 traz para a realidade. É o ângulo do sul, o topo do mundo, a parte mais alta. Depois do Ascendente (cúspide da casa 1) o Meio-do-Céu é o ângulo mais proeminente no mapa astral (é a cúspide da 10ª casa). 

O Meio-do-Céu é o ponto mais elevado do mapa e aqui, simbolicamente, os posicionamentos "aparecem" acima de todos os outros do horóscopo. As qualidades de qualquer signo ou planeta nesta posição correspondem àquilo em nós que é mais visível e acessível aos outros, aquilo que "aparece" em nós.

Se na casa 4 (Fundo-do-Céu) que é a casa oposta, significa como nos comportamos na nossa privacidade, na nossa casa, junto ao seio familiar, a casa 10 vai corresponder ao oposto: como nos comportamos publicamente, a imagem que o mundo vê de nós (ou que queremos que os outros nos vejam). É como se fosse a nossa "roupa astral" quando aparecemos em público, ou a qual gostaríamos de ser vistos pelos outros, ou até, como nos descrevemos aos demais (aquele "me fale de você" que persiste na vida adulta). 

É uma das casas que concede maior oportunidade de ação para os planetas, é uma casa bastante benéfica, mas também tem um ponto bastante negativo associado. Ela é o ponto mais alto do mapa. De lá, só há uma saída, para baixo. Então, ela (principalmente sua cúspide) carrega esse significado de “fim da subida”. 

Mas ainda falando do ponto mais alto do céu, os posicionamentos nesta área do mapa sugerem as qualidades pelas quais queremos ser admirados, elogiados, apreciados e respeitados. Através dos signos e planetas nesta posição, esperamos conseguir realizar feitos, honras e reconhecimento. É como querermos que o mundo se lembrasse de nós, a nossa contribuição para ele. 

Por esta razão, também está associada como uma ambição que desejamos atingir. É a urgência e a compulsão de ser considerado e conhecido. É pelos aspectos da casa 10 que ansiamos por ser reconhecidos e estar na mente das pessoas. Por tudo isso, correlaciona-se como a casa da carreira. Mas, percebam, não fala exatamente de um "trabalho" em específico. Mas indica como queremos contribuir, ter nosso status atrelado, nosso lugar no mundo. 

Em alguns casos, os signos e os planetas na 10ª e na 9ª Casa próximos ao Meio-do-Céu podem literalmente descrever a natureza da carreira de um indivíduo (...) O planeta regente do signo do Meio-do-Céu e seu posicionamento por signo, casa e aspecto também nos elucida sobre carreira e vocação. No entanto, outras áreas do mapa também têm considerável relação com o sucesso na profissão (assim como a 6ª Casa, a 2ª Casa, os aspectos do Sol etc), e o mapa de nascimento como um todo tem de ser cuidadosamente avaliado para se aconselhar alguém sabiamente a este respeito.

 Portanto, não é apenas a 10ª casa que fala com o que trabalharemos, mas fala da maneira com a qual chegaremos a alguma carreira, para ser reconhecido (o que pode não ser literalmente um "trabalho ou emprego", pois podemos atingir esse aspecto astral por outros meios também). 

Os tipos de energia que exibimos ou encontramos nesta procura de uma vocação são também sugeridas por posicionamentos na 10ª Casa. Poderia também descrever aquilo que representamos ou simbolizamos para os outros.

A casa 10, como uma área da vida voltada à sociedade, ao mundo, pode se manifestar pelo modo que nos dirigimos a ele. Se temos, por exemplo, uma atitude mais marciana (ou vai ou racha), ou uma atitude mais pisciana (com empatia e bondade geral). 

Também, podemos considerar a casa 10, como de significador oposto ao significado da casa 4. Se esta representa um dos pais (normalmente o mais afetuoso, e que cuida, nutre), a casa 10 representaria o outro representante familiar, porém que tenha (ou demonstre) mais autoridade, mais rigidez, ou que traga os aspectos posicionados nesta área da vida. 

Em outras palavras, a natureza daquilo que se passa entre mãe e filho (como mostrado pelo Meio-do-Céu e os posicionamentos da 10ª Casa) reafloram num posterior estágio de desenvolvimento como nossa maneira de nos relacionar com a sociedade e o mundo "de fora" como um todo.

Alguns autores citam que seria a mãe na casa 10 (pois a casa 4, seria o pai, aquele que perpetuava o nome da família). Já modernamente, dizem o contrário, que a mãe está na casa 4 e pai, aquele que sai para trabalhar, está na 10. Para estas duvidas, cada astrólogo tem seu jeito de encarar. (Conversamos sobre isso no Podcast Delírios Astrológicos, episódio 10 "Astrologia e Casos de Família", e também o citamos no episódio 13 "Astrologias e Astrologias" e no #16 "Astrologia e Crianças"). 

Muito simplesmente, a 10ª Casa descreve estas qualidades (...) de um dos pais em questão, que também estão dentro de nós, quer gostemos quer não (...), o que nos impulsiona na direção de determinada carreira. (...) Uma expectativa estabelecida é a de que, distinguindo-se desta maneira, conseguiremos o reconhecimento (de um dos pais em questão) e, nesta proporção, pela vida afora.

 O que o autor sugere, é que muitas vezes, os aspectos e posicionamentos da 10ª Casa (e seu regente), revela o tipo de condição com a qual a criança teve com um dos pais, às vezes se inclinando a buscar aceitação deste pai ou mãe, ou até mesmo, inconscientemente, sendo inclinado a estabelecer uma forma de atitude perante este relacionamento parental, que, de alguma forma, virá a ser refletido na escolha profissional. 

É como dizem as más línguas, "a primeira faculdade a gente faz para os pais, a segunda é por nós mesmos". E o autor acaba sugerindo que também profissionalmente, você acaba se inclinando a fazer algo por "questões parentais". Embora, a meu ver, pode e não pode ter haver tais aspectos. Pois se assim o fossem, os pais normalmente acertariam nas indicações. 

No entanto, pela possibilidade de os posicionamentos da 10ª Casa designarem aspectos da personalidade da mãe que nunca foram vivenciados (...) tendem a descrever a maneira como a mãe teria gostado de ser se alguma vez se tivesse dado a oportunidade de fazê-lo. Uma criança terrivelmente sensível à psique da mãe e aos subentendidos que ficam latentes no lar, será receptiva não só àquilo que ela manifesta abertamente mas também àquilo que ela nega ou suprime. A criança pode ser inclinada a "vivenciar" o lado sombrio da mãe, como se a mãe se tornasse mais inteira ou redimida dessa maneira.

Contudo (deixando de lado esse aspecto da casa 10 e um dos pais), o posicionamento de muitos planetas na 10ª Casa normalmente podem sugerir alguém com muita ambição e desejo de reconhecimento, status e prestígio. Pode até sugerir a possibilidade de alcançar esse status por viés de uma união, casamento, e/ou projeção familiar. 

Também a casa 10 indica o nosso relacionamento com figuras de autoridade, seja um de nossos pais, ou até mesmo um juiz, patrão, padre, polícia ou alguém superior na hierarquia. Deste modo, por exemplo, alguém com planetas maléficos, poderia se encrencar com alguma autoridade, ou ser revolts com figuras de autoridade (não significaria exatamente que viria a ser preso, para isso, teríamos que observar como se ligaria com uma outra casa astrológica). 

O revolucionário pode defender uma causa verdadeira e justa mas o modo, espécie ou intensidade pela qual ele ou ela adere a convicções tende a revelar, (...) rancores ou feridas na primeira infância (...). Isso não deve ser para menosprezar ou julgar aqueles que discutem o que é injusto em sociedade, mas são bem aconselhados a considerar sua 10ª Casa e suas implicações psicológicas. Dar um soco na cara do chefe ou jogar ovos no primeiro-ministro é uma maneira de descarregar a criança zangada que existe dentro de nós mas pode não ser a maneira mais efetiva para se promover a mínima modificação necessária. 

Por assim dizer, a casa 10 significa a realização da personalidade através da satisfação pessoal conseguida utilizando nossas habilidades e talentos para servir e influenciar a sociedade. E por isto, alguns podem até receber aplausos e reconhecimento públicos por seu valor e mérito. 

Um longo caminho foi percorrido da 1ª Casa até a 10ª. Na primeira, nós não estávamos sequer conscientes de nós mesmos como entidades separadas, nem sabíamos de nossa existência individual. No momento em que a 10ª Casa é alcançada, no entanto, já nos desenvolvemos e "encarnamos" o suficiente não só para ter um sentido mais sólido e concreto de quem somos mas também para termos maior consideração por ele.

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No próximo capítulo da série, daremos sequência falando sobre a Décima Primeira Casa do Zodíaco, a quinta casa que fala da nossa área da vida em relação ao outro. Provavelmente a sua 11ª casa será regida pelo décimo primeiro signo a partir do Ascendente (por exemplo: se você tem Gêmeos no AC, terá Aries na 11ª). E traremos uma discussão e significado mais profundo sobre o que necessariamente esta casa descreve, além do básico que todos já sabem - amigos, amizade, luta social. Mas isso, será postado depois.

Até lá.

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Escrito por Gilvan Vila

Fontes Bibliográficas:

• Curso Básico de Astrologia Vol. I - Princípios Fundamentais - Marion D. March & Joan McEvers
• As Doze Casas: Uma interpretação dos planetas e dos signos através das casas - Howard Sasportas
• Astrologia para leigos - Rae Orion
• Astrologia Horária - A solução cósmica para seus problemas do dia-a-dia - Adonis Saliba
• Vamos falar de Astrologia: Astrologia em Perguntas - Helena Avelar e Luís Ribeiro