“Saturnão”





Deus Saturno: A História da Aparição do Deus Romano da Fertilidade ...

Saturno é o segundo maior planeta do sistema solar, e o sexto em ordem a partir do sol. O gigante planeta tem cerca de 95 vezes a massa terrestre, e a maior parte de sua massa gasosa formado por principalmente hidrogênio e hélio, com um núcleo rochoso. Mas o que obviamente chama a atenção e encanta-nos são os complexos de anéis deste planeta, formados principalmente por água e gelo. Além disso existem quase 80 satélites naturais a sua volta dos quais destaca-se sua lua Titã.

“Saturnão” para os mais chegados, é um velho conhecido aqui da terra. No céu estrelado apresenta-se como uma brilhante estrela, facilmente visível a olho nu, sendo avistado e reconhecido desde a antiguidade. Seu brilho é frio, mas é gigante tanto seu tamanho físico, quanto sua importância de significado para a astrologia.

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      O deus romano reconhecido como Saturno é o deus Cronos, o mais jovem dos titãs, filho de Urano (céus) e Geia (Terra). Conta o Mito (que já citamos no texto de Júpiter aqui no blog), que Geia sua mãe, cansada de gerar tantos titãs espalhados sobre a terra, pediu a saturno que castrasse o pai Urano. Para isto Geia lhe deu uma foice, que foi usada no ato sangrento, mutilando Urano, e tomando para si o poder entre os Deuses. Saturno, com medo de padecer o mesmo destino do pai, devorava todos os filhos gerados por sua esposa, a deusa Réia. Entretanto Réia engana Saturno, oferecendo uma pedra no lugar de seu filho Júpiter (Zeus), que é criado escondido na terra até sua revolta contra o pai. Na tomada do poder, Júpiter poupa o pai Saturno da mutilação, mas o expulsa do Olimpo e o exila em Lácio (região da atual Roma).

Saturno lá exerceu seu poder na região, ensinou a agricultura aos homens, e fez reinar a idade do ouro, uma era de prosperidade e paz. Os romanos atribuem inclusive a origem da cidade de Roma ao deus Saturno. Em sua homenagem foi fundado um templo e um altar na entrada do Fórum Romano. Também a ele foi consagrado um dia da semana – o sábado. Durante a República Romana, realizava-se em sua homenagem o festival da Saturnália. As festividades ocorriam entre 17 a 25 de dezembro, no qual eram celebrados com um banquete público seguido de troca de presentes. (não, qualquer semelhança com o Natal não é mera coincidência!) Nestes feriados comumente os senhores ofereciam serviços de mesa a seus escravos. Um clima de alegria tomava as festividades pelo fim do ano agrário, e o início do inverno. Por isso saturno é considerado o deus da geração dissolução, agricultura, renovação e libertação.
Imageando: Fórum Romano
Templo de Saturno no fórum romano, na cidade de Roma - Itália.
           
     
Mas, para a tradição da astrologia, Saturno sempre foi temido e aterrador. Pois representa a ligação do Mortal e imortal matéria-espirito. O próprio ideograma de saturno se coloca como a cruz do tempo e matéria com uma hipérbole – símbolo da tensão e receptividade ilimitada. Porém o símbolo de Saturno representa bem a foice de empunhadura de braço-ombro, muito comum na agricultura medieval, a foice recebida pela mãe Geia. Na astrologia medieval, Saturno era o deus da morte e ceifava a planta da vida. 

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       A foice é o ponto central do significado de Saturno. Diferente de seu filho Zeus que poupou da mutilação, Saturno usou sua arma contra o pai.  Com Júpiter não houve ferimento ou dor, porém com Saturno há feridas, morte perda e separação. Saturno a fim de conservar-se no poder, cruelmente devorava seus filhos, pois temia uma rebelião. Saturno desejava ter em suas mãos o destino, o ritmo da vida e o tempo, para conservar seu poder.  Por isso ele representa a cega conservação das estruturas, a concentração da força que restringe, limita, controla, o isolamento e a perda de liberdade.
Por outro lado, quando é exilado na Terra, Saturno, sóbrio, depressivo e árido se transforma. "Saturnão" em exílio se reinventa, cria nova família e gera filhos. Ao ensinar a agricultura aos homens ele se redime, e mostra que, do trabalho duro, da disciplina se geram frutos. Sua recuperação gera tempos de paz e igualdade e prosperidade aos homens. Seu grande triunfo é a fundação de Roma.
               Portanto, essa energia dual representada por Saturno mostra seus dois pólos, presentes em nosso mapa astral. Num primeiro momento, Saturno representa essa rigidez, limitações, trabalho duro, controle, as mais duras e transformadoras lições de nossa existência. Se em bons aspectos saturno traz responsabilidade, disciplina, auto controle. Se mal aspectado o resulta em inseguranças, restrição, julgamentos ou até vergonha. Por outro lado Saturno é justo: aprenda as lições, trabalhe duro e será recompensado com grandes transformações e grandes feitos. Terá sua própria Saturnália.
É no temido retorno de Saturno (a cada 28 anos), que ele nos cobra por nossas atitudes ou nos recompensa por nossos esforços.

Saturno no seu Mapa Natal.


É importante entender o que "Saturnão" tem a nos dizer: seu significado vai te ajudar em seu processo de amadurecimento, o que leva tempo, esforço para sua colheita.
Saturno nas casas vai apontar as áreas da vida onde eu desejo me desenvolver, onde preciso enfrentar os desafios para crescer e evoluir.

Saturno nos signos representam seus medos e inseguranças, relacionado ao tema das casas aos quais regem:

Em áries: o medo de não tomar atitudes, de não ter coragem.
Em touro: o medo de não conseguir ter bens materiais, ou não ter o bastante.
Em gêmeos: a insegurança para suas capacidades mentais e de comunicação. Medo do mal uso das palavras.
Em câncer: medo de ser vulnerável, de não ter o amparo de sua família.
Em leão: medo de não ter autoconfiança, insegurança ao enfrentar situações de exposição pública.
Em virgem: inseguranças de não ser bom profissional, medo de ser incompetente, medo de ficar doente.
Em libra: medo de não ser aceito e não ser amado.
Em escorpião: medo de arriscar e transformar.
Em sagitário: medo de sair da zona de conforto, de ir para longe, de se expandir.
Em capricórnio: medo de não ascender socialmente, de não atingir suas metas.
Em aquário: medo de não viver suas ideologias, medo de não pertencer a algum grupo, não ter amigos.
Em peixes: medo do desconhecido, do espiritual, do contato com seu lado sombra e mais oculto de si.


Referênicas: 

Livro: Astrologia e mito - simbolos e mitos do zodiaco na psicologia profunda - Roberto Sicuteri



Texto de: Marcus Vinicius Telles Teixera.
delirios.astrologicos@gmail.com


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