Décima Segunda Casa do Zodíaco

Neste post iremos falar sobre a Décima Segunda Casa. Mas já escrevemos também sobre as casas anteriores, dá uma pesquisada q você acha. 

Recapitulando:

Fazendo as contas, você já deve saber qual é o signo da sua Décima Segunda Casa. Provavelmente ele é o 12º signo a contar a partir do signo do seu ascendente, ou seja, o signo anterior ao do seu Ascendente (por exemplo: se você tem Gêmeos no AC, você tem Touro na 12ª casa). Mas e daí? você me pergunta. O que isso significa? Além do básico que todos já sabem - aprisionamento, inimigos ocultos - como essa casa pode se conectar com o simbolismo do signo de Peixes? Então senta, que a gente vai te explicar um pouco mais profundamente sobre tudo isso e um pouco mais. Vem com a gente!

Décima Segunda Casa do Zodíaco

Eis que chegamos na última casa do zodíaco. "Quem tem medo da casa 12?", dizem as fábulas entre astrólogos iniciantes, pois é onde mais temos nossas dúvidas, pois não a entendemos perfeitamente. E esta razão de "não-entendermos" é que é o cerne dela. 

Antigamente, ela era chamada de Malus Daemon "Demônio do Mau", pois é uma casa do zodíaco na qual o Ascendente não faz aspecto (juntamente com as casas 2, 6 e 8). Contudo, a má fama desta, vêm por ser uma casa cadente (que antecede uma casa angular), e a vontade de assuntos dessa casa de voltarem à subir (fazer o caminho inverso ao correto que seria descer ao ângulo). 

Mas, como diria Jack, vamos por partes. Se voltarmos à logica que usamos nestes artigos, começamos pela 1ª casa, nascendo e iniciando as coisas, e chegamos à 11ª casa nos unindo com o todo, inter-relacionando nossos assuntos pessoais com o dos nossos grupos, influenciando e sendo influenciados pelos outros. E na 12ª casa então: 

(...) o duplo processo da dissolução do ego individual e a fusão com algo maior que é o self, é sentido e vivenciado, não via mente ou intelecto, como na 1ª Casa, mas com o nosso coração e a nossa alma. (...) "O coração humano pode ter a amplitude de Deus."

Num nível maior e mais profundo, a 12ª casa, relacionada com a profundeza das Águas, Peixes e Netuno, representa a dissolução do nosso ego e a ânsia de voltar às águas profundas do útero materno, um estado original de unidade. 

(...) psicólogos modernos estão de acordo em afirmar que a primeira estrutura de consciência da criança é pré-pessoa/objeto, ignorando limites, espaço e tempo. Lembranças precoces ferem mais profundamente em nível muito profundo. Todo indivíduo intui que sua natureza mais profunda é  limitada, infinita e eterna. A redescoberta dessa totalidade é a nossa maior necessidade e nosso maior desejo. (...) Este é um tipo de saudade divina.

E de certo modo, essa ideia de retorno às origens pode soar como uma glória, uma paz. É como se o nosso desejo de preservação e o medo da própria morte, nos levasse a ter esse sentimento. Por um lado, batalhamos muito para poder viver, então, porque renunciar a tudo isso? Se prestarmos a atenção, o signo de Peixes mostra dois deles nadando em direções opostas, indicando esse dilema fundamental, dois impulsos contrastantes. 

Todos querem perder seu sentido de isolamento e transcender sua separação individual, e ainda assim ficam aterrorizados com a desintegração e temem a perda do self separado. Essa dupla ligação  existencial — querer a totalidade, temendo e resistindo a ela — este é o maior compromisso da 12ª Casa.

"Mas, e os vícios?" você me pergunta. Oras, essa dissolução da identidade proposta pela casa 12 não vem como perfume de rosas. As pessoas se amedrontam, se assustam por conta disso, e buscam, como uma forma de escapismo, por gratificações substitutivas na tentativa de satisfazer a ansiedade. Drogas e vícios é uma dessas maneiras. Assim como o sexo e o amor. Ou tentativas de suicídio, e várias outras formas de comportamento autodestrutivo. 

(...) comportamento autodestrutivo ocultam muitas vezes o desejo de retornar a um estado de bem-aventurança de ser não-diferenciado. Outros procuram a transcendência mais diretamente através da meditação, da prece e da devoção a Deus. A 12ª Casa pode fazer aparecer qualquer uma destas saídas.

No entanto, a casa 12 também pode fazer com que o indivíduo perca os limites entre o eu e o outros, e tenha dificuldade em formar claramente sua identidade, uma vez que, se tiverem posicionamentos fortes dentro dessa casa. Pois a casa 12 acaba mesclando o paradigma do "eu aqui dentro" vs "você lá fora". 

(...) esta confusão da 12ª Casa sobre quem somos, muitas vezes vem de uma total falta de direcionamento de vida. (...) O obscurecimento de limites entre o self e os outros pode criar confusão a respeito de onde nós começamos e de onde terminam os outros, mas ao mesmo tempo confere um maior grau de simpatia e compaixão por aqueles com quem compartilhamos a Terra.

Assim, pessoas com a 12ª casa forte, podem ou se afastarem, procurar um meio de escape dos sofrimentos do mundo, OU, vão trabalhar de modo a amenizar essa dor alheia. Estes últimos, mostram a atitude altruísta e de servidão aos demais, pois "tomam para si" as necessidades e causas de outrem. 

É como se através do sacrifício pessoal, estes indivíduos sentem-se redimidos para conseguir atingir esse algo maior. Pois o sacrifício e o sofrimento servem normalmente para aliviar o ego e satisfazer uma simpatia e conhecimento espiritual. 

Algumas pessoas podem até tentar alcançar ou realizar seus sonhos e desejos da 11ª Casa apenas para descobrir, na 12ª que ainda se sentem enganadas por não terem a felicidade completa. Aquilo que pensavam que lhes daria a maior satisfação já não é suficiente, ou então mostrou não ser tudo. (...) a 12ª Casa nos lembra constantemente que todas as alegrias desejam ser infinitas.

Junto com as demais casas de água (a casa 4 e 8) a casa 12 revela padrões, anseios, compulsões que operam profundamente abaixo do nosso consciente, e que muitas vezes, influenciam significativamente nossas escolhas, atitudes e diretrizes de vida. Por esta razão que muitos astrólogos se referem às casas de água como "casas do carma". 

Os reencarnacionistas acreditam que a imortal alma humana encontra-se num caminho de  aperfeiçoamento e de retorno à sua origem que não pode ser completado no curto espaço de uma vida. (...) Em cada nova encarnação trazemos conosco aquilo que colhemos em experiências de vidas anteriores, bem como as capacidades latentes que aguardam desenvolvimento. (...) A alma escolhe um determinado tempo para nascer, pois as normas astrológicas estabelecem as experiências necessárias para o presente estágio de crescimento. Neste sentido, todo o mapa representa o nosso carma — tanto o que provém do resultado de nossas ações passadas como o que é necessário despertar em nós para continuar. Mais especificamente, a 12ª Casa mostra o que estamos "trazendo" do passado que vai operar nesta vida seja como débito ou como crédito em nossa conta.

Deste modo, posicionamentos difíceis dentro da 12ª casa podem indicam energias mal utilizadas em vidas anteriores e que devemos aprender a utilizar melhor nesta vida. Posicionamento positivos sugerem qualidades entranhadas que servirão de vantagens para esta vida como resultado de um "trabalho bem feito" sobre elas na vida passada. Também por isso, alguns astrólogos comentam que a casa 12 pode ser uma casa de auto-sustentação ou autodestruição da própria pessoa. 

Referindo-nos ao "efeito umbilical" ou à teoria do carma e da reencarnação, os posicionamentos da 12ª Casa descrevem influências que recaem sobre nós de causas e origens que obviamente não podemos lembrar ou ver. (...) é possível que sejamos receptivos a uma combinação ou memória ainda maiores — aquilo que Jung chamou de "inconsciente coletivo": a memória inteira de toda a raça humana. (...) "a precondição de cada psique individual, do mesmo modo que o mar é o transportador da onda individual". 

Contudo, além de ser esse reservatório da memória coletiva, a 12ª também pode trazer potenciais latentes à espera de ser extraídos. "A mente inconsciente pode incluir todo o passado do homem, mas inclui também o seu futuro". 

É como se as energias da 12ª Casa não tivessem de ser usadas somente para fins pessoais. É possível que nos seja pedido expressar este princípio pelo bem dos outros, não só para nós.

Para exemplificar, algumas pessoas ilustres, através de posicionamentos da 12ª Casa, levaram um tipo de vida "simbólica", que refletia as tendências ou dilemas de uma atmosfera coletiva. Mahatma Gandhi, com seu Sol na Libra na 12ª, tornou-se o pensamento vivo do princípio libriano de coexistência pacifica para milhões de pessoas. Já Hitler, com Urano na 12ª, tornou-o aberto à ideologias que pairavam no coletivo daquele tempo. 

Não obstante, a casa 12 também é chamada de casa dos inimigos secretos e das atividades secretas. Podendo levar ao mal entendimento, entre outras coisas, imaginando pessoas ou atividades que conspiram contra nós. No entanto, parecem mais serem fraquezas ocultas ou forças dentro de nós mesmos que minam a realização dos nossos objetivos e metas conscientes. 

(...) impulsos inconscientes como mostrados pelos posicionamentos da 12ª Casa são também capazes de impedir a realização de nossas aspirações conscientes. (...) Em geral, em qualquer luta entre aspirações conscientes e inconscientes, o inconsciente vence. (...) Aquilo que é inconsciente dentro de nós tem uma habilidade de vir por trás e nos atingir na cabeça. Por este motivo, não importa o quanto tentemos, algumas metas conscientes são continuamente bloqueadas e precisamos examinar a 12ª Casa para encontrar uma pista da razão pela qual isso acontece.

A ligação da casa 12 com lugares e palavras-chaves, tem haver com tudo o que foi apresentado até aqui. Por isso, hospitais e prisões, por exemplo, são os lugares onde determinadas pessoas, com posicionamentos difíceis da 12ª, podem ser assistidos ou contidos. 

Uma hospitalização ou um período de afastamento da vida pode ser necessário para restabelecer o equilíbrio psicológico e físico, tornando a pessoa novamente inteira — outro princípio da 12ª Casa. Experiências em orfanatos, hospícios e tratamento de deficientes também aparecem via 12ª Casa.

Também será fácil encontrar pessoas com tais posicionamentos nesta área da vida, trabalhando em tais lugares. Servindo aos menos afortunados, como uma expressão da compaixão que a 12ª confere. A Igreja, obras de caridade ou a vida monástica também são outros simbolismos da casa 12 para o chamado ao sacrifício, dedicar a vida à Deus ou ao bem-estar dos outros. 

(...) a 12ª Casa dá acesso ao arquivo coletivo de experiências passadas de geração em geração. Por isso, não é de surpreender que os guardiões deste armazém, aqueles que trabalham em museus ou bibliotecas, tenham muitas vezes posicionamentos próprios da 12ª Casa. 

 

A casa 12 intervir na profissão foi algo constatado em pesquisas astrológicas, mas o principal significado pode ser que, se existe uma ânsia de "dar" tudo o que está na casa 12 a outras pessoas, poderíamos utilizar estes princípios da nossa 12ª para fazer carreira também. E mais, como a casa 12 indica nossas energias junto ao contexto coletivo, é provável que nosso caráter e expressão reflitam isso de mesmo modo. Por exemplo, alguém com Marte ou Aries na 12, mostram a ânsia coletiva de competir e de ser o primeiro a chegar, indicando indivíduos em carreiras esportivas. 

Uma vez que a 12ª Casa tem relação com a religação a algo caro e divino, um indivíduo pode vivenciar um planeta nesta posição com a chave ou a passagem para a grandeza e a autotranscendência. Naturalmente, a pessoa gostaria de desenvolvê-la. (...) ela pode acreditar que as portas do paraíso são abertas através da superação de qualquer princípio da 12ª Casa.

Portanto, iniciamos nossa jornada ascendendo à vida, estabelecendo como indivíduos, socializando com os outros, atingindo nosso potencial e depois de tudo, querendo nos unir com o todo, com a criação. E, mesmo que nossa conexão com o todo seja vivenciada conscientemente ou não, através da casa 12, é inevitável que o nosso corpo físico morra e com ele, o sentido de termos uma existência física separada. Retornaremos ao solo coletivo, de onde viemos. E, quiça, voltaremos ao Ascendente, para recomeçar uma nova volta na mandala astrológica. 

Enquanto não perdermos totalmente nossa própria identidade pessoal ou o sentido de nossa individualidade única, temos de vivenciar, tomar conhecimento, honrar e nos ligar aquela parte de nós que é universal e ilimitada. Afinal, o truque é nadar nas águas da 12ª Casa sem afundar.

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E chegamos ao fim desta saga de posts, em que descrevemos e pontuamos cada uma das 12 casas do zodíaco. 

Agradeço envolvimento, leitura, e para mais assuntos de estudos, podem voltar aqui futuramente. O blog sempre trará conteúdo de primeira sobre astrologia. 

Obrigado

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Escrito por Gilvan Vila

Fontes Bibliográficas:

• Curso Básico de Astrologia Vol. I - Princípios Fundamentais - Marion D. March & Joan McEvers
• As Doze Casas: Uma interpretação dos planetas e dos signos através das casas - Howard Sasportas
• Astrologia para leigos - Rae Orion
• Astrologia Horária - A solução cósmica para seus problemas do dia-a-dia - Adonis Saliba
• Vamos falar de Astrologia: Astrologia em Perguntas - Helena Avelar e Luís Ribeiro