As Doze Áreas da Vida segundo a Astrologia - Introdução

Vamos começar mais uma saga descritiva agora das casas do zodíaco, também chamada de casas astrológicas ou áreas da vida, de acordo com a astrologia.

Introdução

De acordo com a Bíblia, Deus começou Sua grande obra criando o universo, e dividindo-o depois em diversas partes. Ele fez os céus separados da Terra, a luz separada das trevas e o dia separado da noite. Na tentativa de entender e de dar um sentido à existência, os seres humanos mostram esta mesma tendência em dividir a totalidade da vida em várias partes componentes e em fases. Da mesma maneira, a carta de nascimento, o mapa de uma existência individual, reflete este seccionamento da vida em diferentes setores cuja soma total forma um todo.
Esta divisão surgiu da necessidade de se relacionar o movimento de rotação da Terra com o movimento dos planetas no céu. Cada divisão representaria um campo básico de atividade. Sem a estrutura das divisões, os astrólogos não poderiam traduzir o significado dos eventos celestes. De modo mais básico, pega-se as 24h de um dia e divide por 12 simbolos ou signos, dando 2h para cada signo mudar de posição de uma casa para a outra. 
Do ponto de vista da Terra, o Sol no início da primavera localiza-se na parte do Cinturão Zodiacal conhecido como Áries (no hemisfério norte). No nascimento do Sol do dia em questão, o Sol e o signo de Áries vão ser vistos aparecendo no horizonte leste do observador na Terra. Ao meio-dia, no entanto, nem o Sol nem Áries estarão mais a leste — eles passaram para uma posição mais ou menos acima da cabeça do observador, e um signo diferente, provavelmente Câncer, está no horizonte leste. Mas na hora de se pôr, tanto o Sol como Áries podem ser vistos se pondo no horizonte oeste, e o signo oposto de Libra (distante 180° de Áries) estará se elevando no horizonte leste.


Esta é a parte técnica, fundamentada pelos astrônomos/astrólogos/matemáticos antigos (eles sabiam de tudo um pouco - como Ptolomeu, por exemplo). Antigamente, os relógios baseavam-se no movimento do Sol em seu nascimento a leste, passando sobre a cabeça do observador e se pondo a oeste. Cada relógio cobria aproximadamente seis horas de tempo, marcando os pontos de nascimento, meio-dia, pôr-do-sol e meia-noite (por dedução). Já na Renascença, os astrólogos inventaram diversos métodos para dividir estes quatro ângulos em doze casas do horóscopo. Aliás, sabia que a palavra "horóscopo" vem da palavra grega horoscopus, que significa "consideração da hora" ou "consideração do grau ascendente". Em outras palavras, o horóscopo é literalmente um "mapa do tempo".
As Casas se relacionam com condições, enquanto os signos nos falam de traços de caráter. Se fôssemos comparar a astrologia com o teatro, diríamos: os planetas são os atores, os signos são os papéis que eles desempenham e as Casas são os cenários ou situações onde o elenco representa. Mercúrio é sempre Mercúrio, mas em Gêmeos desempenha um papel diferente do de Libra; quando Mercúrio está na terceira Casa o cenário é diferente do da sexta.
As casas nunca mudam de posição (assim como o leste-oeste, norte-sul também não). Logo, o Ascendente (ou início da Primeira Casa) está sempre no ponto leste do horizonte, onde o Sol aparentemente se levanta todas as manhãs. Do outro lado, por lógica, está o Descendente (ou início da Sétima Casa) está sempre no ponto oeste do horizonte, onde o Sol se põe de tarde. O Meio-do-Céu, a que nos referimos comumente como o MC (início da Décima Casa), está sempre no alto, ao meio-dia. E seu ponto oposto, o Fundo-do-Céu (início da Quarta Casa), está sempre no ponto mais baixo da mandala astrológica.  
Esses quatro pontos são determinados astronomicamente. Chamados coletivamente de os ângulos, os signos que se encontram nestes pontos revelam muito a respeito da orientação do indivíduo às experiências básicas na vida.
Enquanto a determinação destes ângulos não apresenta muitos problemas, o modo como os quatro quadrantes deveriam (ou não) ser divididos em três setores para formar as doze casas é uma das maiores controvérsias na astrologia. 

Em outras palavras, a maioria dos astrólogos concorda em que o Ascendente deveria marcar a cúspide ou ponto inicial (ou ângulo principal) da 1ª Casa e o Descendente deveria marcar a cúspide ou ponto inicial da 7ª Casa. Isso feito, os astrólogos se dispersam em todas as direções. 

Tem aqueles que apoiam o Sistema de Casas Iguais de divisão de casas, que apresentam a solução menos complicada; já outros, no sistema Quadrante de divisão de casa, acreditam que todos os quatro pontos dos ângulos correspondem ao começo/cúspides das casas. 

Seja qual for o sistema que for escolhido, o que se quer é chegar às doze casas. Por que doze? A razão mais óbvia para isso é que os astrólogos acreditavam que a divisão da esfera mundana em doze casas deveria refletir a divisão da eclíptica em doze signos.
Uma vez que a Terra faz um movimento de rotação a cada 24 horas, os doze signos e os dez planetas passam através das doze casas neste período. O mapa de nascimento é um momento congelado no tempo que mostra o alinhamento especial de planetas, signos e casas para o tempo e o lugar do nascimento. Duas pessoas podem ter nascido no mesmo dia e ter o mesmo posicionamento de planetas, mas por terem nascido em lugares diferentes ou em horas diferentes, o padrão planetário vai ser visto numa área diferente do céu, isto é, em casas diferentes.
Em muitos sites (e até em livros), geralmente se atribui um campo de experiência simples que descreve uma certa disposição de eventos na vida de uma pessoa. Por exemplo, um significado tradicional do Fundo-do-Céu (início da Quarta Casa) é o lar, a casa, até mesmo a mãe ou o pai. E embora muitas vezes correta, esta maneira de interpretar as casas é simplória, e não ajuda muita coisa. A referência à 4ª Casa como casa "do lar" tem uma razão e esta razão deve ser entendida, pois existe um significado mais profundo do qual saltam todas as inumeráveis associações e possibilidades ligadas a esta casa.

As casas não são separadas, isoladas, apenas segmentos de vida. Concebidas em sua totalidade elas desdobram um processo de maior significado — a história do aparecimento e do desenvolvimento de um ser humano. Começando do nascimento no Ascendente, não temos consciência de nós mesmos como distintos de qualquer outra coisa. Gradualmente, casa por casa, através de uma série de passos, fases, danças e mudanças, construímos uma identidade que pode afinal se expandir para incluir toda a criação. Somente apreciado como processo de desdobramento, tanto a vida como as casas preenchem seu significado essencial. Este processo baseia-se no mais profundo da experiência humana. A divisão é só uma parte do ciclo completo e, no entanto, nos prendemos dentro dela. Mas a totalidade é tudo.
Normalmente, o significado de cada casa reflete o significado dos doze signos do zodíaco: Áries é considerado semelhante à Primeira Casa, Touro à segunda, e assim por diante. A relação entre de 0º de Áries com o Ascendente tem sentido pois tanto Áries quanto o Ascendente (cúspide da Primeira Casa) são pontos iniciais de seus respectivos ciclos. Uma vez que tanto Áries quanto Ascendente implicam em inícios, é compreensível que ambos compartilhem significados similares. E assim também é com os demais signos. Mas isso, veremos em outros posts. 

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No próximo capítulo da série, começaremos a discutir e falar sobre o significado de cada uma destas 12 casas ou áreas da vida. Começando pelo Ascendente, ou aquele que marca o signo que estava no horizonte leste quando você nasceu. Provavelmente você já sabe qual é este signo. Mas sabe o que este posicionamento significa para você? Como o Ascendente se comunica com você? Muitos dizem que ele é apenas "sua aparência, sua personalidade exterior", mas é só isso? Outros falam que ele é uma máscara que apresentamos ao mundo. A fachada exterior da nossa identidade. E o que isso quer dizer? Muitos descrevem apenas o básico e você que lute! Mas aqui, no Delírios Astrológicos, a gente vai te explicar um pouco mais profundamente. Só  que depois, no próximo post. 

Até lá.
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Escrito por Gilvan Vila

Fontes Bibliográficas:
  • Curso Básico de Astrologia Vol. I - Princípios Fundamentais - Marion D. March & Joan McEvers
  • As Doze Casas: Uma interpretação dos planetas e dos signos através das casas - Howard Sasportas
  • Astrologia para leigos - Rae Orion

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